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quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Casa com garrafas PET

A um tempo atrás, recebi através de um e-mail umas imagens de algumas casas feitas de garrafa PET,  e fiquei admirada com o trabalho e com a criatividade da pessoa que as construiu. Óbvio que fiquei cheia de dúvidas e com mil perguntas rondando, mas não dei muita importância. Essa semana pensando em quais seriam os posts, acabei lembrando desse e-mail e fui atrás pesquisar e colher informações. Me surpreendi!!


Quem olha essa casa aí em cima jamais poderia imaginar que ao invés dos tradicionais tijolos, foram usadas garrafas PET. Esse projeto se chama Minha garrafa, minha vida, minha casa e a iniciativa é da ONG hondurenha Eco-Tec, que vem realizando uma série de projetos com esse tipo de arquitetura reciclável ao redor do mundo. 


A organização comandada pelo alemão Andreas Froese além de construir obras de moradia e infra-estrutura, faz um trabalho de capacitação nas comunidades onde atua. 



O custo da construção barateia entre 40% e 60% em comparação ao preço da construção tradicional e a temperatura da casa é bioclimática, isto quer dizer que quando está frio lá fora, dentro será quente e vice-versa. Para encher as garrafas são usados funis feitos com o gargalo de uma garrafa menor, e o preenchimento pode ser feito com diversos materiais: areia, terra, resíduos de compostagem, palha de arroz ou trigo.



Nas paredes cada garrafa é amarrada entre si, no gargalo e na base, com sisal ou fios de nylon, como se fosse uma rede. A base foi entrelaçada dando uma volta com o laço quando foi colocada, da mesma forma, nos gargalos foi dada uma volta de modo a entrelaçar umas garrafas com as outras em uma forma losangular.  As construções de moradia e infra-estrutura possuem uma estrutura autônoma convencional de concreto e as instalações passam pelo reboco, já as esquadrias e os revestimentos seguem as técnicas utilizadas de forma tradicional.  




No Brasil, a técnica vem sendo desenvolvida no município de Espírito Santo, localizado a 70 km de Natal (RN) por meio de um projeto em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
De acordo com os responsáveis pelos estudos, com a técnica de construção, que utiliza blocos com areia, cimento e garrafas, o custo de uma casa com 46 metros de área coberta, sendo dois quartos, sala, cozinha e banheiro, é de cerca de R$ 8 mil. Para essa construção, que é baseada nas projeções estabelecidas para financiamento da Caixa Econômica Federal, são necessárias cerca de 2.700 garrafas PET.    
Outra vantagem apontada por testes em laboratório da Universidade Federal do Rio Grande do Norte está relacionada à resistência do material. Por meio da nova técnica, o resultado é de 1,94 MPa (Mega Pascal), medida de resistência, enquanto a tolerância para blocos de concreto, em média, é de 1,5 MPa.



A iniciativa é inovadora mas a técnica já é antiga e dominada em várias partes do mundo. Abaixo uma casa americana construída em 1905, usando 51 mil garrafas de cerveja (de vidro).


As grandes vantagens de construir com garrafas PET são:  
           
Reutilização: é um sistema de construção com baixo impacto ambiental – sobretudo na cidade -, pois usa garrafas de plástico no fim do seu ciclo de vida, diminuindo bastante os gastos econômicos e energéticos nos processos de reciclagem, em particular em países menos desenvolvidos onde não existindo pontos de reciclagem e tratamento de resíduos sólidos, são deitados em plenas ribeiras de água ou enterrados em lixeiras a céu aberto, poluindo e provocando alterações profundas a nível ambiental.  

Econômico: reaproveita desperdícios da cidade, permitindo poupar cerca de 50% em material quando comparado com o sistema de construção tradicional, tornando-se assim mais barato;

Auto-construção: é um processo de construção simples e acessível a qualquer pessoa, o que o torna numa ferramenta alternativa para a resolução de problemas das comunidades locais, face aos elevados custos materiais e da mão de obra especializada. 

Trabalho em equipe: potencia o trabalho de equipe, fortalecendo as relações pessoais e sociais, assim como o sentimento de entre-ajuda em comunidade. 

Durabilidade: as garrafas PET têm um tempo de degradação ambiental entre 200 e 300 anos. 

Abaixo segue um video dos projetos da Eco-Tec pelo mundo:


O site da Eco-Tec:

E o portal da Eco-Tec no Youtube:


Espero que tenham gostado e visitem os links!!

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